Histórico

O PPG Ecologia e Biomonitoramento da Universidade Federal da Bahia (PPG-EcoBio) representa um dos 70 programas do país associados à subárea de Ecologia da área Biodiversidade. Apresenta posição de destaque nacionalmente tanto por ser um dos 10 únicos programas dessa subárea com conceito CAPES igual ou superior a 6 (até 2020) como por ser um dos três únicos Programas da subárea a integrar as três modalidades de cursos de pós-graduação stricto sensu (Mestrado Acadêmico, Doutorado e Mestrado Profissional - este com a última turma tendo ingressado em 2022).
 
Regionalmente, sua importância é ainda maior: dos 16 programas da subárea do Nordeste é um dos seis que possuem curso de doutorado, o único vinculado a um Mestrado Profissional e o único com conceito igual ou superior a 6. Até o momento titulou, mais de 250 estudantes nos cursos acadêmicos.
 
O histórico do PPG-EcoBio foi marcado por um rápido amadurecimento, refletido na elevação da qualidade de seus indicadores. A proposta de criação do Mestrado Acadêmico foi avaliada com conceito 3 em 2001. Ao final do primeiro triênio, foi o único programa com esse conceito a receber avaliação geral “Bom”, e não “Regular”. Ao longo do segundo triênio, teve sua proposta de Doutorado aprovada, indicando que já possuía indicadores compatíveis com o conceito 4. Ao final do triênio, sua ficha de avaliação apresentou avaliação geral “Muito Bom”, compatível com o conceito 5, embora tenha sido avaliado com conceito 4.
 
Na avaliação seguinte, recebeu o conceito 5 e, na seguinte, o conceito 6. Atualmente, o PPG-EcoBio representa um dos dois únicos Programas da subárea que possuem conceito igual ou superior a 6 e que foram criados após 2000. Os demais Programas da subárea com esse conceito foram criados entre 1976 e 1993. 
 
Desde sua criação, o PPG-EcoBio planejou seu desenvolvimento de modo a contribuir de modo relevante para a subárea no país, o que lhe garantiu, em diversas oportunidades, um papel de vanguarda. Seu Mestrado Acadêmico, ao ser criado em 2000, representou o segundo curso da subárea na região Nordeste e o único da região a orientar estudantes em pequisas tanto em ecossistemas terrestres como aquáticos.
 
Alguns anos depois, em 2008, implantou o curso de Doutorado, o primeiro na subárea no Nordeste. Em 2011 implantou seu curso de Mestrado Profissional (que representa um outro Programa mas que é inteiramente integrado ao PPG-EcoBio), o segundo da subárea no país e o primeiro vinculado a um programa acadêmico e a uma instituição pública de ensino superior. 
 
Além disso, os objetivos de seus cursos (ver item “Objetivos” abaixo) sempre buscaram se adequar aos objetivos da área/subárea, conforme expressos nos sucessivos documentos de área da CAPES, mas, ao mesmo tempo, mantiveram um diferencial que emerge das particularidades de formação e atuação acadêmica de seus professores e de sua reflexão sobre que ecólogo formar. A evolução dos objetivos dos cursos foi sempre acompanhada pela evolução de sua proposta pedagógica, ancorada em um processo contínuo de avaliação da grade curricular e das estratégias de ensino e levada a cabo por docentes, discentes e convidados externos.
 
O PPG-EcoBio foi criado com cinco linhas de pesquisa que refletiam a formação e atuação científica de seus docentes. Ecofisiologia e comportamento animal; Ecologia de populações e comunidades; Ecologia das interações; Ecotoxicologia e biomonitoramento; e Epistemologia, teoria ecológica e ensino. Essa última, embora associada a um número reduzido de docentes, representa um diferencial importante do curso que se reflete na formação dos estudantes. Mais recentemente, em função da experiência acumulada com a criação do Mestrado Profissional, os cursos acadêmicos incluíram adicionalmente a linha de pesquisa “Ecologia aplicada à gestão ambiental”.
 
A ampliação da experiência acadêmica do corpo docente do PPG-EcoBio ao longo de seus 16 anos de existência e sua interação na formulação de propostas de pequisa e formação de pessoal vêm lhe garantindo acesso a recursos financeiros nos mais qualificados editais de fomento à pesquisa e à extensão universitária do país (e.g., Pronex, INCT, ProExt-MEC). Esse fato contribuiu tanto para o estabelecimento das condições materiais necessárias para o desenvolvimento de pequisas de fôlego como para o estabelecimento de parcerias frutíferas com pesquisadores nacionais e estrangeiros.
 
Essa ampliação de experiências veio associada a uma ampliação do escopo teórico e metodológico das pesquisas desenvolvidas no PPG-EcoBio, que se reflete no perfil das dissertações e teses defendidas. Aos trabalhos tipicamente disciplinares, acadêmicos e empíricos dos primeiros anos de existência do Programa foram adicionados trabalhos resultantes de estudos interdisciplinares (por exemplo, com física estatística, epistemologia e ensino) e transdisciplinares (em interação com profissionais de setores aplicados) bem como contribuições teóricas.
 
Do ponto de vista metodológico, às ferramentas analíticas mais descritivas ou baseadas em testes de hipótese, mais comumente empregadas na produção dos primeiros anos do Programa, vêm se agregando ferramentas estatísticas mais variadas (como as de seleção de modelos), ferramentas de modelagem (e.g., hierárquica, matemática, computacional), métodos qualitativos associados às tradições de pequisa das ciências humanas e outros. 
 
O PPG-EcoBio tem também aprofundado suas atividades de produção de conhecimento em parceria com setores de aplicação das áreas ambiental e educacional visando a geração de soluções a problemas relevantes do país, prescritas nos Documento de Área da área Biodiversidade da CAPES de 2013 e 2017. Essas ações têm gerado experiências importantes de diálogo interdisciplinar (entre disciplinas acadêmicas) e transdisciplinar (entre academia e setores não acadêmicos), expandindo o escopo teórico e metodológico das dissertações e teses do Programa.
 
Além disso, têm contribuído com a superação da dicotomia produção-disseminação de conhecimento, na medida em que o mesmo é produzido já no contexto da aplicação. Finalmente, têm exposto o papel não só do conhecimento, mas dos valores e práticas sociais, na mudança de concepção necessária para a superação de problemas aplicados. O aprendizado derivado dessas experiências vem sendo paulatinamente incorporado nas atividades de ensino dos cursos do Programa, contribuindo para a formação de mestres e doutores mais aptos a mapear as dificuldades associadas à aproximação entre teoria ecológica e aplicação e contribuir para superá-las.
 
A interação do PPG-EcoBio com atividades de formação de graduandos foi valorizada desde a criação do Mestrado Acadêmico. Boa parte de seus professores ministra disciplinas na graduação, incorporando a suas aulas a experiência derivada das atividades de produção de conhecimento. Além disso, esses professores orientam estudantes de graduação em programas de iniciação científica e tecnológica, em programas de iniciação à extensão universitária e em monografias de bacharelado.
 
Os graduandos são usualmente integrados a grupos de pesquisa que incluem pós-graduandos, pesquisadores brasileiros e estrangeiros e profissionais de setores aplicados (usualmente das áreas ambiental e de ensino) e têm a oportunidade de vivenciar experiências acadêmicas particularmente qualificadas. Além disso, todos os estudantes do PPG-EcoBio desenvolvem atividades curriculares de iniciação à docência no ensino superior que, usualmente, contribuem com a formação complementar de estudantes de graduação em temas associados a seus trabalhos de dissertação ou tese.
 
Em 2015, como uma das atividades comemorativas dos 15 anos do PPG-EcoBio, o Colegiado promoveu uma série de debates visando atualizar o plano de desenvolvimento do Programa. Como resultado foram atualizados os projetos pedagógicos dos cursos de Mestrado Acadêmico, Doutorado e Mestrado Profissional (que entrarão em vigência a partir de 2018) e o Regulamento Interno do Curso. 
 
No quadriênio 2013-2016, o PPG-Ecobio contou com uma média 26 professores permanentes e 6,5 professores colaboradores por ano. Ofereceu 79 disciplinas a uma média de 37,5 doutorandos e 25,3 mestrandos matriculados por ano. Titulou 24 doutores e 41 mestres e produziu 453 artigos em periódicos e 70 livros ou capítulos de livros.