Editorial: Mulheres na Macroecologia e Biogeografia

Acabou de ser publicado na revista Frontiers in Ecology and Evolution um editorial sobre mulheres na biogeografia e macroecologia, com participação da nossa professora visitante Profa. Dra. Luisa Maria Diele-Viegas.

Corpos editoriais em revistas internacionais são compostos majoritariamente por homens. Esse padrão se reflete também em outras áreas da ciência, desde chefias de departamento até comitês executivos de entidades internacionais. Esse viés de gênero acaba levando a um viés de publicação, uma vez que há uma “parceria” implícita entre homens, onde homens acabam publicando mais com outros homens, e sendo menos rígidos em revisões de artigos liderados por outros homens. Isso não é uma evidência anedótica - existe todo um corpo de literatura científica testando e corroborando essa hipótese repetidas vezes. O viés implícito existe (e o explícito também). Sendo assim, se existe o viés, precisamos combatê-lo.
Em 2022, foi lançada uma edição especial focada em mulheres na revista Frontiers Ecology and Evolution. O objetivo da edição era publicar artigos nas áreas de macroecologia e biogeografia que fossem liderados por mulheres e/ou sobre mulheres na ciência. Agora, em 2024, publicamos o editorial referente a esta coleção de artigos.

O texto aborda a persistente sub-representação das mulheres no campo da ciência, com um foco particular na área de Biogeografia e Macroecologia. Destaca-se que, apesar dos avanços em termos de igualdade de gênero, as mulheres continuam enfrentando desafios significativos em sua jornada científica, incluindo acesso desigual a oportunidades de pesquisa, preconceitos de gênero e dificuldades na publicação de seus trabalhos. Essas barreiras têm contribuído para a manutenção de um cenário em que os homens predominam em posições de destaque e reconhecimento científico. Ressaltamos a importância de superar esses obstáculos e promover a diversidade e inclusão no meio científico. Argumentamos que, ao dar às mulheres oportunidades iguais de participação e reconhecimento, não apenas se promove a justiça social, mas também se enriquece o campo científico com uma variedade de perspectivas e abordagens.